segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Um em cada 600 brasileiros possuem a doença celíaca

Presente em pães, bolos, biscoitos e em quase todos os produtos industrializados, o glúten é uma proteína que pode ser encontrada no trigo, aveia, cevada, centeio e malte. Mas afinal de contas, ele deve ou não fazer parte de nossa alimentação?
Existem dois casos em que o glúten não deve ser ingerido, por pessoas portadoras da doença celíaca e aquelas que têm hipersensibilidade a proteína em questão. Os celíacos são pessoas que possuem intolerância permanente ao glúten e que não podem ingeri-lo de forma alguma. A doença não tem cura, mas retirando-a da dieta a pessoa consegue levar uma vida saudável e normal. No caso da hipersensibilidade, a pessoa sente alguns desconfortos, mas como essa alergia é mais leve, ela não será diagnosticada como uma doença e sim, como uma intolerância, ou seja, uma alergia ao alimento.
Nos Estados Unidos e na Europa estima-se que uma em cada 200 pessoas têm a doença celíaca. No Brasil, a estimativa é de que uma em cada 600 pessoas enfrente problemas de saúde por não poderem ingerir a proteína. Os sintomas mais comuns relacionados ao glúten são: constipação intestinal, rinite, asma, artrite, prurido, dermatite e acne, além de alterações de humor, ansiedade e depressão.
“Quando não são imediatos os sintomas podem se manifestar até quatro dias após o consumo do alimento, e muitas vezes de maneira crônica. Daí a necessidade de observar permanentemente e, se possível, anotar em um papel como o corpo responde após essa ingestão”, alerta a nutricionista e coordenadora do evento 2° Gluten Free, Natália Dourado.
Os exames de sangue mais utilizados para detecção da doença são: anticorpo anti-transglutaminase tecidular (AAT) e do anticorpo anti-endomísio (AAE), estes exames são altamente precisos e confiáveis, mas insuficientes para um diagnóstico.
De acordo com o especialista americano, Dr. Thomas O’Bryan, palestrante do 2° Gluten Free Internacional, muitos pacientes levam até 30 anos para descobrir a doença e passam por cerca de cinco médicos, até conseguir obter o diagnóstico preciso.
Foi o caso da empresaria Marilis Maldonado, que descobriu a doença celíaca, aos 35 anos de idade. Marilis chegou a pesar 32 quilos, ficou entre a vida e a morte, e hoje é proprietária de uma empresa que fornece diversos alimentos sem glúten. Para ela a maior vitória após ter descoberto a doença e sobrevivido diante a tantas rejeições foi a audácia de criar 30 produtos sem glúten para que o celíaco voltasse a viver em grupo novamente.
Outro caso é o da nutricionista Claudia Marcelino, que levou 10 anos para descobrir que seu filho autista, necessitava de uma dieta sem glúten e sem cafeína. “Não tem comprovação científica, não é indicada por médicos tradicionais, mas tem uma grande aceitação e melhoras relatadas por pais. Comecei a dieta com o meu filho e hoje sabemos que não podemos viver sem ela” conta Claudia, que escreveu o livro “Autismo Esperança pela nutrição”, que narra à história de vida e as conquistas que obteve por meio da nutrição, melhorando a qualidade de vida e a saúde de seu filho.
Para pessoas que apresentam problemas crônicos de constipação, flatulência, artrite, coceiras pelo corpo, enxaquecas, alterações de humor e ansiedade e que ingerem glúten com frequência, a sugestão é restringir o consumo desses alimentos para observar se há melhora dos sintomas. “É preciso lembrar que o glúten não é um nutriente essencial para a saúde e a sua retirada da dieta não causa prejuízos”, afirma a nutricionista.Os celíacos podem consumir os produtos à base de arroz, milho, mandioca, polvilho, batata, quinua, farinha de banana e soja. Produtos que naturalmente são isentos de glúten, como barras de arroz com açúcar, pipoca de milho de canjica, frutas desidratadas, frutas oleaginosas, arroz integral, milho, soja e derivados, leguminosas (feijões, ervilha, lentilha), frutas e hortaliças também são ideais para quem possui a doença. “O celíaco vive com qualidade de vida e não manifesta os sintomas da doença desde que cumpra a dieta”, encerra a nutricionista, Natália.

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